sábado, 28 de dezembro de 2013

Pelas colinas do meu cabelo... e da minha vida #1

Esta colina tem sido difícil de subir... Para além do cabelo, outros problemas têm-me perseguido, embora, como já disse aqui, há pessoas com questões bem mais graves. Mas um problema de Amor é sempre uma dor, é ou não é? Há sempre a choradeira, há sempre a revolta, há as dúvidas, os porquês que se instalam. E foram 10 anos... 10 anos, não é brincadeira.

Nestas coisas não há culpados nem inocentes, ambos tivemos culpas no cartório: embora só eu assuma isso. Da outra parte, parece-me que não se chegou a essa conclusão, com vitimização pelo meio. É pena; só ao reconhecer o que se fez de mal é que se está preparado para seguir caminho por estas calçadas, para sarar as feridas e olhar em frente para a luz que nos abre caminho e nos faz avançar para ver o sol. Provavelmente essa terá sido uma das grandes razões para o nosso afastamento: quando uma pessoa quer alcançar a imensidão da paisagem que a vida nos pode proporcionar e tem a seu lado alguém que constantemente trava esse percurso, surge um desequilíbrio que só se pode revelar em frustração. E quando se tenta mostrar ao outro as possibilidades desta nossa viagem terrena (mesmo que essa viagem seja feita com grandes obstáculos que, por vezes, nos impedem de ver o destino maravilhoso que nos espera) e ele não se mostra interessado em tirar a venda dos olhos, pouco se pode fazer. Batalhei pela relação, contudo, se o próprio não se deixa ajudar, nada feito. E por mais que o amasse (e amo-o tanto!) - cujos sacrifícios que fiz por ele creio serem provas suficientes - tinha que, acima de tudo, manter o meu amor próprio, auto-estima e respeito. Não podia continuar nesta relação que me impedia de subir mais alto, de olhar mais além, de me sentir com poder para conseguir tudo aquilo que quero alcançar. E tenho tanto para concretizar! Os sonhos são muitos e, se esperava ter alguém ao meu lado para me empurrar nos momentos de medo, percebi que a força tem que vir de mim: claro que quem nos rodeia tem muita influência, no entanto, daqui para a frente tenho que acreditar mais em mim e perceber que, se calhar, mesmo quando as coisas correm mal, tenho a capacidade de levantar rapidamente, de cabeça erguida e lição aprendida. E lá se começa de novo: será literalmente ano novo, vida nova. Pois é, novo estado civil, nova cidade de residência, em busca de um novo trabalho que seja um projecto de vida!

Daí a minha pouca assiduidade por aqui e, verdade seja dita, os poucos avanços em matéria capilar. Não tenho feito novas experiências, não tenho acertado nos produtos (e agora sem ordenado fixo dificilmente poderei gastar em quantidades astronómicas de cremes, amaciadores, óleos e afins), tenho andado um pouco frustrada até. Tanto tempo que perco (aaaaaaaaaahhhhhhh) e o cabelo fica estranho na mesma. Vale-me o meu maravilhoso gel de linhaça que mantém o meu cabelo sem parecer um monte de palha indefinida. Lia no outro dia já não sei bem onde sobre uma rapariga que não fazia qualquer cronograma capilar, usava apenas champô e creme de pentear. Cabelinho do meu coração, põe os olhos neste exemplo com atenção!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Para suportar as colinas do dia #9

As minhas pausas por aqui devem-se a uma colina que tem sido difícil de escalar nas últimas semanas. Nessa subida penosa, tenho tropeçado mas, também, tenho-me levantado de cabeça erguida e com as ideias no sítio, sabendo bem qual o caminho a seguir. Outras vezes nem tanto. O que conta é que o topo está próximo e daí alcançarei o rumo e a planície plena da minha vida.

Entretanto, este cantinho tem servido de refúgio, de porto de abrigo para enfrentar os medos, com pensamentos ou músicas que me poderão alegrar o dia. Hoje, estou viciada nesta música que vos deixo: porque apesar da minha caminhada turbulenta dos últimos dias se dever, não às pedras da calçada, mas à dureza do Amor, continuo a acreditar que vale a pena aguardar pela pureza deste sentimento por quem o sente verdadeiramente.

All of me, John Legend

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mais do que inspiração crespa: Nelson Mandela

"Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

Nelson Mandela
1918-2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Inspiração crespa #4

Até agora a inspiração crespa tem viajado pelo universo feminino. No entanto, homens também os há que estão a assumir a sua identidade e origens, revelando o que a natureza lhes ofereceu. Sim, porque é uma oferenda e das boas ter estes cabelos com tanta força, estilo, marca, garra! Isso mesmo, acho que é esta a melhor definição dos cabelos crespos: a garra que confere até à pessoa mais angelical um certo ar de rebeldia e de sensualidade. Porque aceitar a personalidade designada como "difícil" destes cabelos é prova de que a pessoa está confiante e de bem consigo própria.

É esta a atitude que considero ser a do Bruno Mars hoje em dia. Tempos houve em que o cabelo surgia escondido por chapéus ou com estilo liso à anos 50. Não digo que não lhe ficasse bem, pelo contrário. Contudo, a afirmação do seu cabelo natural dá-lhe um certo UAU muito mais poderoso: Bruno Mars em seu estado natural, a fazer magia com uma descontracção e saber estar fenomenais. É assim que ele nos leva a Marte (as meninas diziam que ele era de outro mundo, daí o apelido que lhe arranjaram). E isto é que é beleza: ter auto-estima e charme suficientes para nos afirmarmos.

 
(Espantados?? Eu fiquei!)
 
 
 
 Fotos: Blitz e Redtouch
 
 

Para suportar as colinas do dia #7


"We must walk consciously only part way toward our goal, and then leap in the dark to our success." —Henry David Thoreau

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Dúvida existencial

Qual a razão para o meu cabelo ficar tipo palha quando uso um champô sem sulfatos, que supostamente seria o mais indicado para cabelos crespos e encaracolados?

Para suportar as colinas do dia #6

Ui, que ando desaparecida!!!!!!!!!!!!!!!! Quando criei este blogue e falava nas colinas da vida não imaginava o quão premonitória era esta expressão. Realmente, têm sido dias de altos e baixos, de descoberta, de revelações, de tristeza, de força, acima de tudo de mudança. E com garra hei-de chegar lá.

São frases como esta que aqui deixo que me alegram os dias:

"You gain strength, courage, and confidence by every experience in which you really stop to look fear in the face. " —Eleanor Roosevelt

domingo, 10 de novembro de 2013

Para suportar as colinas do dia #5

É Domingo, dia de tratar a fundo este cabelinho. É o dia em que perco mais tempo com ele (a manhã toda, aaarrghhh!), por isso, há que me rodear de música com boa onda para não perder a energia!

"Royals", Lorde

(Mas que cabelo maravilhoso! Com volume e bem definido! Go girl, assumir esses cachos é que é!)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Lisboa Mulata #7

Lisboa Mulata é aquela que dá voz aos seus cidadãos. E quando isso acontece, há ideias diferentes, há junção de experiências, enfim, resultados muito positivos, como no caso do Orçamento Participativo que permitiu que dois projectos apresentados ganhassem até 500.000€ e outros quatorze até 1.500€. Lisboa sairá muito a ganhar com um Jardim Botânico renovado, a construção de estátuas, a criação de novos parques infantis, um projecto de apoio aos animais, entre outros. Força para as ideias originais!

Foto: Notícias ao minuto



Pelas colinas do meu cabelo #7

Pois é, por estes lados parece que passou uma tempestade que me revirou a vida de pernas para o ar. As coisas não estão fáceis (ai, o amor, o amor!!!), mas pelo menos posso dizer que não passou um tsunami: isso sim, seria quase mortal, como situações graves de doenças, perdas, problemas dramáticos de dinheiro...

Em compensação, aos poucos, vou caminhando pelas colinas dos meus caracóis de sorriso aberto. Não quero dizer que, de um dia para o outro, com a mudança de um produto ou de técnica, tenha descoberto a fórmula mágica para um cabelo de capa de revista. De todo. Pelo contrário, os resultados surgem a passos pequeninos, ainda procuro os produtos certos (um champô sem sulfato bom, se faz favor!!!), porém, basta ver uma madeixa de raiz com um caracol mais definido e sem frizz que se soltam, de imediato, uns acordes imaginados das danças e cantigas de um musical.

Uma coisa que acho que tem melhorado também é a questão da gestão do tempo que já falara aqui antes. Embora para mim ainda seja muito tempo aquele que passo na companhia dos produtos para o cabelo e afins, creio que começo a encontrar aquilo que serve para mim. Até ao momento não consigo ver efeitos tão positivos só com o borrifar do cabelo, no dia sem lavagem (day-after).  O meu cabelo lindo está sempre com muita sede e os efeitos são mais bonitos quando ele fica bem molhado. Portanto, mesmo sem o lavar com champô e amaciador, molho-o sempre no final do duche e, ainda na banheira (dica de uma companheira do Fórum Encaracoladas), passo o creme de pentear (leave-in). Quando saio, finalizo com outro creme que vou variando: ou um activador ou um definidor de cachos. Depois, o gel de linhaça. Et voilà, parece que desta forma me despacho mais depressa (já dizia no Fórum, deve ser do frio que passo na banheira que me apressa os movimentos!).

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para suportar as colinas do dia #2

E porque por estas bandas não se fala só de cabelos...

Um bom dia com muita força!

What doesn't kill you - Kelly Clarkson

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pelas colinas do meu cabelo #6

Não sei se foi por causa da tonelada de tratamentos que fiz ontem (gastar parte de um Domingo desta forma é dose, é preciso muita força de vontade mesmo!!), mas hoje não tive que o molhar completamente na banheira, como habitual. Passei simplesmente o gel de linhaça e usei os dedos para pentear. Contudo, notei que ao passar os dedos, ele não ficava bem definido e, por intuição, comecei a pegar em pequenas mexas e a puxá-las com os dedos como se estivesse a tentar alisá-las. E não é que, ao soltar o conjunto de cabelos, eles formavam uma espiral mais definida e bonita, sem tanto frizz! Acho que vou deixar de fazer fitagem regular e passar a fazer a fitagem by Mulata de Lisboa!

Para suportar as colinas do dia


"O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, 
mas sim pelas dificuldades que superou no caminho."
Abraham Lincoln

Foto: Globo.com

domingo, 3 de novembro de 2013

Tubo de ensaio e resultado #4

Para começar o mês em beleza, avancei com mais uma experiência em busca da melhor solução para o meu cabelo. Porque, lá está e mais uma vez, cada cabelo é único: o que funciona com outras pode não funcionar comigo. Senão seria tudo tããããõ fácil! Mas assim até é bom para me manter distraída de outras questões da vida...

Então cá vai: comecei por uma massagem e banho de óleo de coco (gosto mais da expressão do que humectação, manias!). Se antes lambuzava o cabelo com óleo, com quantidades astronómicas, ontem li que nunca se deve usar mais do que uma colher de chá. Aliás, acrescentavam que as mãos não devem ficar gordurosas depois de passar no cabelo. E eu, menina bem mandada (sobretudo menina perdida sem saber quem tem razão portanto toca de experimentar todas as orientações!!!), lá usei esta técnica mais poupada, amarrei o cabelo, pus uma fitinha para dar estilo e fui correr. Quando regressei, mais morta que viva, lá fui para o duche (comi qualquer coisa primeiro, mas pouquinho claro), decidi usar um champô anti-resíduos e fazer um tratamento a fundo. Primeiro, hidratei rapidamente com a máscara que já falei aqui para de seguida continuar com uma reconstrução com a máscara da Caipicilin com Argan+Queratina. Como ainda não encontrei a tão famosa touca térmica sobre a qual tanto oiço falar (alguém sabe onde comprar isso?), enrolei com papel de alumínio, colocando por cima uma toca normal, caso contrário pareceria uma maluquinha a tentar esconder os meus pensamentos dos E.T.'s, como nos filmes. Enquanto fazia tempo, fui preparando a máscara caseira que há tanto tempo pensava fazer: a de abacate. Já tinha visto vários exemplos de máscaras, contudo, decidi avançar com a minha, ou seja, juntar ingredientes recomendados que tivesse à mão. Como resultado, esmaguei metade de um abacate, juntei um iogurte natural, uma gema de ovo, uma colher de chá de mel e de azeite. E misturei e posso-vos dizer que dava vontade de comer só pelo cheirinho. Voltei ao duche, retirei a máscara de reconstrução e usei a caseira. Posso-vos dizer que a sujeira na banheira não foi bonita de se ver...Enfim, lá esperei mais um pouco, terminando com um condicionador cujo nome não recordo agora (mas cheira tão bem... ah e tem muitos ingredientes naturais como aloé) e finalizando com o creme de pentear da Elvive Caracóis colagénio e a fitagem.

Aparentemente quando saí do duche o cabelo não parecia muito diferente (e isso frustra-me tanto, quando oiço meninas a dizer que sentem os cabelos com um toque mais sedoso). Porém, quando secou comecei a notar uma maior definição das ondas, formando umas espirais bem engraçadas. Até a parte que ainda tem relaxamento ficou com umas ondulações mais acentuadas.

Conclusão: com tanto produto e técnica que usei nem sei qual deles deu este resultado, no entanto, mal também não fizeram, por isso a máscara caseira será para repetir de certeza.


As colinas dos meses


Novembro já está aí e nem acredito! Estamos quase no final de mais um ano e dizia eu ainda há dias - ... em Janeiro - "Daqui a pouco estamos no Natal."

Outubro já lá vai e será um mês marcante para sempre: a transição deixou de ser apenas capilar, mas passou a ser de toda uma vida. Há muita coisa que mudará daqui para a frente e as forças para superar tenho-as ido buscar onde nem eu sabia existirem. Por outro lado, penso que há casos muito mais complicados do que os meus, problemas de saúde, dinheiro, tão graves, tão graves que abalam as bases de qualquer um. Felizmente, no meu caso, não é nenhuma destas situações, contudo não deixa de ser difícil. Mas, como diz a música "what doesn't kill you makes you stronger". E eu estou muito orgulhosa de tudo o que tenho demonstrado ser ultimamente. Esta fase será também de redescoberta pessoal, de valorização, de análise, de decisão. Num clima que convida à introspecção, no cantinho do sofá a ver a chuva cair, com uma chávena de chocolate quente na mão e, de preferência, umas castanhas assadas na outra, muito terei que decidir. Não vai dar para entrar em hibernação, terei que continuar nestas colinas da vida e encontrar o meu rumo. E o dos meus cabelos também!  

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Testado e aprovado #3

Ora que está comprovadíssimo que cada cabelo é único, tal como a nossa impressão digital: um produto que funcione no meu cabelo pode ser o desastre total noutro ou as técnicas utilizadas não funcionarem de igual modo para cada um.

Assim sendo, os "testados e aprovados" são muito subjectivos e valem o que valem: este é um recanto onde deixo as minhas impressões, desabafos, desesperos, alegrias, enfim, o que chamo de colinas da vida! Poderá haver alguém por aí que até se sinta tentado a experimentar também os mesmos produtos e, quem sabe, até encontrar a solução para todos os seus males. E isso em muito me deixaria feliz.

Retomando a questão da característica única de cada cabelo, venho falar de um produto que estava englobado naquela compra desastrosa da qual falei no anterior post: o Curl Care by Dr. Miracle's Boosting and Defining Leave in Conditioner. Vou ser sincera, o produto chamou-me a atenção lá no cantinho da sua prateleira pela embalagem bem feminina e cuidada. Lá está, o aspecto, até dos produtos, conta muito. Mas claro que não ia comprar um produto só por ter uma embalagem bem fofinha! O facto de referir que não tem sulfatos, nem parabenos e que contém jojoba, mel e vitaminas deixa qualquer um contente, especialmente com cabelos encaracolados ou crespos. Olhei para a lista de ingredientes, como entendida que quero parecer, no entanto, aquilo pareceu-me chinês:

Água, Glycerin, Amodimethicone, Cetearyl Alcohol, Polysorbate 60, Stearalkonium Chloride, Methyl Gluceth-20, Guar Hydroxypropyltrimonium Chloride, Wheat Amino Acids, Ethylhexyl Methoxycinnamate, Hydroxyethyl Cellulose, Cocos Nucifera (Coconut) Oil, Simmondsia Chinensis(Jojoba) Seed Oil, Carthamus Tinctorius (Safflower) Seed Oil, Aloe Barbadensis Leaf Juice, Silk Amino Acids, Hydrolyzed Wheat protein, Menthol, Honey, Menthone Glycerin Acetal, Tocopheryl Acetate, Retinol Palmitate, DMDM Hydantoin, Methylisothiazolinone, Methylchloroisothiazolinone, Fragrance (Parfum), Benzyl Benzoate, Citral, Citronellol, d-Limonine, Geraniol, Hexyl Cinnamic Aldehyde, Linalool  

E lá comprei o produto e usei-o pouco depois. Logo que pus o creme no cabelo senti um cheiro bem forte, um pouco incomodativo no princípio, mas, pouco a pouco, fui-me habituando. Lendo a lista de ingredientes a justificação para tal deve estar no mentol, só que há mais qualquer coisa que torna aquele cheiro meio medicinal. Ao fazer a fitagem com o creme, senti o cabelo a ficar áspero, pelo que me assustei e pensei logo que o resultado não ia ser nada bom. Contudo, continuei, já não ia voltar atrás, tinha mais que fazer do que passar a manhã na casa de banho! No final, senti o cabelo meio pesado, só que, espanto dos espantos, o cabelo estava bem definido e com as zonas mais críticas (na parte da frente, precisamente na franja) bonitas. Depois de seco, o desastre que antecipara por causa da aspereza, parecia não ter razão de ser pela definição das espirais.

Entretanto, por curiosidade acerca dos ingredientes, fiz uma pesquisa na Internet sobre a gama de produtos Curl Care e não é que dei com bastantes críticas negativas? Muitas falam do cheiro que eu também senti e, acima de tudo, criticam a máscara que dá uma sensação de ardor. Como fiquei apenas pelo leave-in, não tive essa sensação. Talvez usando todos os produtos da gama seja demasiado para o cabelo, não sei. Relativamente ao que experimentei, estou contente. Aliás, o meu cabelo está contente. O dos outros tem liberdade para expressar opinião contrária.


domingo, 27 de outubro de 2013

Ahhhhhhhhh!!!!

Estou perdida, estou completamente perdida! Então não é que comprei uma série de produtos acreditando que seriam bons para o cabelo e agora, confrontando com a lista de ingredientes que não devem ser usados em cabelos encaracolados e crespos, percebo que esses mesmos produtos não são nada aconselhados! Tinha tantas expectativas para o creme definidor com óleo de argão da Fantasia IC!!! Mas o maldito tem logo como segundo ingrediente óleo mineral, buuuuáaaaaa (isto sou eu a chorar)! O outro era o leave-in da mesma marca, ainda por cima não testado em animais (o meu sonho), que tem como principal ingrediente este palavrão cyclopentasiloxane que, ao que parece, é um silicone não solúvel em água. Meeedo! Isto de encontrar produtos bons é quase como encontrar uma agulha num palheiro!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Lisboa Mulata #5

Lisboa está mesmo na Moda. Depois da Europa, quer alcançar o Mundo nos prémios de turismo, na categoria "City breaks". Um já ganhou, agora vamos torcer (e votar!) para que nesta segunda ronda a sua luz e diversidade lhe dêem asas para vencer! A notícia aqui.

Foto: Diário Digital

Pelas colinas do meu cabelo #5

Se ontem foi dia não, hoje o dia já correu melhor e, num balanço de final da semana, apercebi-me que recebi durante estes dias vários elogios ao meu cabelo, o que não acontecia já há muito! A hidratação com queratina que fiz no cabeleireiro Carapinha Chic ainda é visível na definição das minhas espirais e mesmo com mudanças de produtos que fiz esta semana (o que noutras situações iria transtornar este cabelo tão temperamental)  ele tem-se mantido bem bonito. Esta caminhada pelas colinas do meu cabelo já começa a correr melhor!

Um grande YEAH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Lisboa Mulata #4

Lisboa é, sem dúvida, uma cidade de braços abertos ao mundo. Como prova está a diversidade de gentes que percorrem as suas colinas, tanto residentes, como turistas, ou até os prémios de turismo ainda nas bocas do mundo que valorizaram este destino que é a nossa cidade.

E, como parar é morrer, há que continuar a apostar nesta vertente do turismo, pelo que, e bem, foi lançado um guia de compras especialmente dedicada a brasileiros, por terem sido os melhores consumidores, de acordo com o observatório do Turismo de Lisboa. O guia chama-se Lisboa ConVida Brasil e lista os melhores locais, as melhores lojas, os hotéis mais interessantes, em suma, dá orientações sobre como e onde gastar melhor o seu dinheiro durante a fantástica estadia. O guia é entregue a quem embarcar do Brasil para Portugal nos voos TAP. Mais informações aqui.




Pelas colinas da Lisboa Mulata






quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pelas colinas do meu cabelo #4

Hoje o dia não me correu muito bem, mas chegar a casa e ver o meu cabelo ainda bonito, solto e hidratado depois de um longo dia, dá ânimo, ah pois dá! Um verdadeiro dia sim (para os meus cabelos, porque no resto...)!

(Há zonas com algum frizz, mas tenho que aceitar que ele é mesmo assim.)




quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Inspiração crespa #3

Este mês quem inspira é uma norte-americana bem conhecida de todos: a Alicia Keys. Serve também esta inspiração para continuar a acreditar neste meu percurso em busca das espirais tão desejadas, não me deixando sucumbir ao fácil relaxamento, porque fico, sem dúvida, muito melhor com o cabelo natural.

E é precisamente essa a minha opinião em relação à Alicia Keys: ela é linda, lindona mesmo. Por isso, será mais fácil para ela ficar bem de qualquer maneira, contudo, quando a vejo de cabelão, com cachos soltos bem definidos, acho que ela fica muito mais poderosa. Este último corte dela, mais curto, recto e liso não é o meu favorito. Fico, pois, com pena que ela tenha deixado a sua forte afirmação quanto à sua natureza, na época em que usava tranças de todas as formas e feitos ou quando soltava o crespo, entregando-se às químicas e à imagem mais comum do cabelo liso. Pode ser que esta onda de valorização do cabelo natural que sinto aí pelo ar a faça mudar de opinião.

Linda, linda, linda!!!! Como é possível?


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Testado e aprovado #2

Como relatei aqui, as minhas experiências com cabeleireiros nunca foram as melhores. Quando penso em escovas, no cheirinho a químicos e ar quente, nas conversas de salão (melhor, conversas de mal dizer de primeira!) e do aterrador secador tipo capacete (os pesadelos que eu tenho com aquilo) até sinto uns calafrios, depois uns calores, assim tipo cólicas, não sei se estão a ver (ou a sentir!).

Algumas lembranças que tenho destes belos espaços são aterradoras, outras hilariantes, o que vale é que, à distância, vou vendo as coisas com sentido de humor e é mesmo só para rir: ora o lanchinho que levava pois já sabia que, entrando no cabeleireiro às 9h, só de lá iria sair pelas 15h (e não pensem que era tudo em cuidados com os meus cabelos, nãããooo - o problema era a lentidão, as conversas que se metiam pelo meio ou até outras clientes, deixando-me pendurada! E eu, pobrezita, com medo de sair de lá careca com alguma cabeleireira ressabiada, ficava era caladinha a suportar aquilo tudo; como não conhecia outro espaço...). Ou então o tal caso que relatei da cabeleireira que me contava a vida dela, quando se lhe sai algo do género "Não percebo nada disto de cabelos, mas tenho duas licenciaturas e cá vou ocupando o tempo enquanto não arranjo coisa melhor" (pronto, admito que ela não tenha sido tão radical com as palavras, mas, independentemente disso, resumindo vai dar ao mesmo). Também há pelo meio todo o submundo de "cabeleireiros" (até me custa classificar certas pessoas/estabelecimentos como tal) do  Martim Moniz e arredores que me deixaram a cabeça numa lástima de crostas! Enfim, como podem verificar, eu poderia escrever com a Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada vários livros da colecção "Uma Aventura...", mas em versão cabeleireiros: já imagino os títulos Uma Aventura na cave do Centro Comercial da Mouraria, Uma Aventura dos caracóis desaparecidos, Uma Aventura pelas crostas da minha cabeça!

Depois desta minha explicação, devem compreender a minha fobia e ansiedade de cada vez que penso que tenho que ir a um cabeleireiro, nem que seja para cortar umas simples pontas: é que nunca é um corte de umas simples pontas. Contudo, desta vez não dava para adiar mais. Já deixei fotografias aqui no blogue e dá para perceber que as pontas, ainda com restos de relaxamento, estavam muito estragadas, pelo que não havia volta a dar. Mas onde ir, se a minha cabeleireira de confiança de tantos anos me deixara só e abandonada às mãos de uma licenciada aniquiladora de cabeças? Andei pela Internet em busca de opiniões sobre cabeleireiros que trabalhem minimamente (já nem peço muito) bem com cabelos crespos e nada. Há todo um silêncio em torno desta temática. Onde andam as lindas encaracoladas e crespas deste país? O que me valeu foi um dia de tédio em frente à televisão: em busca de algo para ver, passei por um canal brasileiro (Record, será?) onde dava um anúncio. Reparei nos cabelos arranjados e, na altura em que elas diziam o nome do cabeleireiro, o meu dedo, automatizado para carregar no botão do comando em busca de algo interessante para ver, fez com que mudasse de canal. Andei tentei voltar atrás a tempo de ver a morada, mas já não consegui. Ora que por algum motivo estamos na era da informação, pelo que toca a procurar na Internet algo sobre o "Carapinha Chic" (sim, o nome é um pouco piroso, mas lá que chama a atenção chama).

Enchi-me de coragem e lá fui eu, sem grandes expectativas de milagres, mas pelo menos com alguma esperança que soubessem minimamente (lá está) arranjar o meu cabelo: se forem especialistas em carapinhas, então o meu até é um pouco menos temperamental. Posso dizer que, logo que entrei, o ambiente do espaço me apagou de imediato as memórias do submundo capilar do Martim Moniz. Sem dúvida que tem uma decoração agradável, uma boa projecção e ordenação das áreas de trabalho, excelente iluminação e, top dos tops, as cadeiras de massagem no espaço de lavagem das cabeças (se esta para mim também era uma zona crítica - as dores com que ficava na nuca! - neste espaço nunca mais terei que me preocupar). O melhor de tudo, contudo, ainda estava para vir. Se antes tive quase sempre a sensação que estava nas mãos de aprendizes ou nem isso, desta vez a simpática senhora que me atendeu revelou-se uma profissional à altura. Com ela, pela primeira vez, tive um verdadeiro diagnóstico feito ao meu cabelo com as sugestões das melhores soluções, deixando-me escolher a que eu também considerasse mais adequada. Com ela falei de queratina, de raízes, de cutículas abertas, dos detergentes do champô, da importância de se usar correctamente uma máscara. Com ela consegui ver o potencial do meu cabelo. Com ela senti um verdadeiro respeito pelas minhas raízes! Por outro lado, com ela também falei da vida e das distâncias e do estar longe da nossa casa e do tempo e do Alentejo e do Brasil e blá, blá, blá... dos tudos e nadas que fizeram com que aquele momento no cabeleireiro passasse num instante quando para mim tudo me parecia uma eternidade anteriormente. E a isto se chama profissionalismo de alta qualidade. 

Não posso dizer que seja um espaço barato, só que, em jeito de conclusão, saí do "Carapinha Chic" a pensar que prefiro gastar mais dinheiro a fazer bem, neste caso num tratamento para os meus cabelos (fiz uma hidratação profunda, seguida de corte), do que gastar menos dinheiro a fazer mal ao meu cabelo com relaxamentos e afins. Parabéns a toda a equipa do "Carapinha Chic" e obrigada pela definição que deram às minhas espirais.

Avenida Almirante Reis, nº 60
Lisboa

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Pelas colinas do meu cabelo #3

Andei desaparecida por boa causa: descanso! Não foi por ter desistido desta caminhada de altos e baixos em busca do cabelo saudável e lindo que tanto procuro.

Esse descanso até acabou por trazer coisa boa também para o cabelo: de regresso às origens maternas, estive em Trás-os-Montes e notei que lá a água tem um efeito diferente sobre o meu cabelo. Sei que a água varia entre dura ou mole dependendo das zonas, terei que pesquisar sobre a água de Trás-os-Montes.

A verdade é que estive um pouco condicionada com os tratamentos durante o fim-de-semana (acho que seria de mau tom estar em casa de alguém e demorar anos com umectações, hidratações e afins...!!!), pelo que pensei que iria stressar com o meu crespo. Pelo contrário, houve um dia que apenas pus creme de pentear e activador de cachos e foi uma beleza: bem definido, com uma ondulação do caracol que eu há tanto tempo desejo. Fiquei mesmo contente. Acho que vou ter que me mudar para o norte de Portugal para ser feliz com o meu cabelo!





sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Testado e aprovado #1

Continuo a seguir à risca o cronograma capilar: já não passo sem as hidratações, nutrições e reparações. O chato é que a casa de banho parece um cabeleireiro com tanto produto, mas enfim!

A propósito de produtos, a máscara hidratante estava a acabar, pelo que tive que ir às compras. Só que a tarefa revelou-se mais complicada do que eu julgava, quase que parecia que estava a procurar uma agulha num palheiro! Havia máscaras para todos os tamanhos e feitios, mas sempre com as características de reparação e nutrição. Quanto a uma simples hidratação nada. Verdade seja dita que o supermercado a que fui não tem assim muita variedade. Finalmente lá apanhei um tubinho que anunciava a salvação em 2 min. É da marca Pantène (nunca fui muito de usar esta marca, mas pelo que li depois na net até há meninas satisfeitas com os resultados de um simples produto de supermercado) e chama-se máscara de hidratação 2 min rescue. Alguém conhece? Algo a dizer sobre ela?

Pois eu fiquei satisfeita, tenho sentido o cabelo bem macio e um pouquinho mais definido. Aliás, as zonas mais críticas (zona da franja e na parte detrás da cabeça, zona superior) já não sinto a aspereza que costumava sentir, por exemplo, no dia sem lavagem (day after). Para um produto comprado a correr, como tábua de salvação, ainda por cima de supermercado, esta máscara deixou o meus cabelos surpreendidos!

No site da Pantène só encontrei a máscara neste boião. A minha não é assim, é tipo em tubo.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Inspiração crespa #2

Se na semana passada destaquei a brasileira linda Taís Araújo, esta semana tenho que destacar uma portuguesa, claro!

O problema é que, em termos de figuras públicas, os negros em Portugal ainda não entram facilmente nesse grupo e poucas são as referências de destaque. Contudo, e como falava no post anterior na admiração que sinto pelas mulheres que se apresentam poderosas com cabelão, veio-me logo à memória a imagem da modelo e apresentadora da MTV Ana Sofia. A Ana assume em pleno um cabelo crespo completamente natural, que lhe fica super bem. A energia e força da sua personalidade (uma miúda que vai para Nova Iorque sozinha e se mantém genuína e com os mesmos valores é obra!) transparecem completamente na força dos seus cabelos.

Sinceramente acho que nem todos têm personalidade para usar um cabelo assim. Eu, por exemplo, creio que não seria capaz: infelizmente os olhares seriam muitos (sabemos bem porquê) e, para quem não gosta de dar nas vistas, seria complicado. Para além disso, para alguém que está na moda ou na tv, ou seja, meios muito mais cosmopolitas, tudo parece mais aceitável: as pessoas vêem-na na rua e acham "super radical", "muito fixe" e "original", coisa que não acredito que dissessem da empregada de balcão do banco.
De qualquer forma, a Ana Sofia é mais uma inspiração, contribuindo para que se derrubem preconceitos.



Fotos: Caras e Expresso

domingo, 15 de setembro de 2013

Dia não

Se houvesse um cabeleireiro afro no local onde moro agora, ia a correr amanhã relaxar este cabelo. Esta manhã foi desastrosa e não percebo porquê. Fiz várias coisas que por aí aconselham e o meu cabelo virou palha, cheio de nós, estava a ver que precisava de ir cortar algumas partes.

Comecei pela umectação: como tenho andado a dormir mal, não arrisquei mais uma noite desconfortável com um saco na cabeça e touca por causa do óleo. Assim, hoje de manhã comecei por aí, massajando bem e deixando o óleo no cabelo por 1 hora. A seguir lavei, com água quase fria, com champô sem sulfato (Dr. Organics). Logo aí não gostei nada da textura do cabelo; aliás já na última umectação senti que o óleo com este champô não funcionam muito bem juntos, mas tentei arriscar novamente. De seguida, experimentei mel, já que vi que as ceramidas são bastante nutritivas. Enquanto espalhava só sentia o cabelo muito áspero e todo embaraçado. Já estava a desesperar, só que agora não podia deixar o processo a meio. Pus logo a máscara para ver se amaciava. Melhorou, mas mesmo assim os nós estavam-me a dar uns nervos de primeira. Até que, já farta de todo o tempo que se perde, de todos os processo, de todos os cuidados e cuidadinhos, despachei com o amaciador, lavei o cabelo a correr e saí do banho mais depressa ainda, que nem meia maratona. Só me apetecia bater em alguém!!!! Pronto, não vou ser tão violenta, mas atirar qualquer coisa contra a parede iria fazer-me bem. 

O mais frustrante é que depois de tanto tempo perdido, de tantas etapas e produtos usados, quando olhei para o espelho o cabelo não apresentava definição nenhuma. Eu não percebo, ainda não consegui categorizar o meu tipo de cabelo: até o tipo 4 é mais definido que o meu, que não apresenta cachos, nem espirais de qualquer género. É simplesmente cabelo depois de um choque eléctrico. E, sinceramente, não sei lidar com o cabelo assim, não consigo usar um cabelo tipo juba; admiro quem consiga manter estilo e sentir-se poderosa dessa forma. Já sou tão insegura em relação a tantas coisas que um cabelo assim infelizmente seria demasiado "potente" para mim. E pronto, este é o desabafo de hoje, amanhã pode ser que esteja melhor. Não falam sempre do "day after"? Há que ter esperança...


Isto é ele acabadinho de sair do banho! Cheio de frizz!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Palavras sentidas


"Sempre com Lisboa solta nos cabelos, claro!"

Não é esta expressão da Sancha Trindade deliciosa?

Lisboa Mulata #3: Festival Todos

Lisboa acolhe de braços abertos a diversidade: pelas colinas da cidade chegamos à cor da Índia, ao calor de África, à rigidez asiática. E para celebrar este encontro o Festival Todos é, sem dúvida, um grande hino à Lisboa mulata, a Lisboa feita de mundo!
Neste festival viaja-se por entre músicas, exposições, encontros, teatro e sabores. Ah, e cabelos de todas as formas e feitios! De São Bento ao Poço dos Negros, este será o percurso que nos transportará por outras Culturas!
Programa integral aqui.

Os Bollywood Massala chegam ao Todos dia 14
Foto: AgendaLx

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Inspiração crespa #1

Quem está a passar por uma transição, como eu, precisa de apoio moral para resistir ao caminho mais fácil das químicas. O nosso cabelo pode ser lindo, mas exige muitos cuidados e muito tempo, como disse no post anterior. Eu própria estou nesta caminhada sobretudo para conhecer o meu tipo de cabelo e gostaria muito de conseguir a melhor forma de o manter natural, no entanto, tenho a noção que posso me aperceber que não consigo lidar com ele ou que o tempo consumido me prejudica em termos de qualidade de vida. E será uma opção pessoal que ninguém poderá criticar: natural ou não cada um deve estar como se sente melhor!

Entretanto, a força que por vezes consigo manter deve-se sobretudo a testemunhos de outras meninas que leio aqui e acolá pelas colinas da Internet e pelas figuras públicas que, sendo o exemplo que inevitavelmente são, podem provocar revoluções de mentalidades. Contudo, tendo uma imagem tão exposta acho que é corajoso quando assumem algo que vai contra os estereótipos que a sociedade impõe. Daí querer dar espaço a estas/es crespas/os que nos inspiram diariamente.

Começo por uma crespa linda e inspiradora que, a meu ver, teve grande importância nesta nova vaga de valorização do cabelo natural: a Taís Araújo. Pelo menos deste lado do Atlântico pude aperceber-me que várias personagens das novelas interpretadas por esta actriz tiveram grande impacto neste interesse pelos cachos. Muitas eram aquelas que queriam ter um cabelo como a Taís e se preocupavam com os cuidados a ter para mantê-los. Se o cabelo dela é natural ou não, se está cuidado por cabeleireiros e nós não temos isso diariamente, se há photoshop nas imagens, o que interessa é que negra com cabelão parecia tornar-se sinónimo de beleza. Ser um exemplo assim é de louvar!





Os cabelos crespos/cacheados e a gestão do tempo

Diariamente perco imenso tempo com os meus cabelos. Muito tempo mesmo! Se há dias que gosto bastante de mimar o cabelito, há outros que só me apetece rapá-lo todo... mas arrependo-me logo a seguir, claro. De certeza que não serei a única com este sentimento e com este problema de tempo.

Só para penteá-lo, colocar cremes e mais cremes demoro cerca de 30 min. Antes, se é dia de lavagem, já perdi outros 30 min. com ele. Pelo menos... E lá se vai 1 hora. Tomar pequeno-almoço, corrida matinal, passear o cão, vestir-me e maquilhar-me são outras tarefas que fazem parte da minha rotina, pelo que, por vezes, tenho que me levantar 2h30 antes de ir trabalhar. Ui, o que custa! E pensar que há gente que em 30 min. apenas se despacha e sai para o trabalho... Sonho... (acho que é este o motivo que leva muitas meninas a optarem pelas químicas, mas isso fica para outras conversas). 

Para além disso, como sou um pouco (...) desorganizada em termos de gestão do tempo (noutras coisas até que sou orientadinha!), deixo sempre para a última (leia-se, no próprio dia) a escolha da roupa a usar, a preparação da marmita, a escolha dos sapatos (e ainda bem que não sou mulher para andar a mudar de mala... tenho muitas, mas uso sempre a mesma!), enfim, é o STRESS! Muitas vezes saio de casa a barafustar comigo mesma. E começar assim o dia não dá não! Nem imagino quando tiver filhos!!!!!

Toda esta conversa para chegar a uma resolução que tomei de modo a manter a minha sanidade mental: ser mais organizada. Sei que não será fácil mudar anos e anos de comportamentos; há pessoas que já são por natureza organizadas, outras nem tanto, contudo acredito que as que não são, sempre podem aprender a controlar-se e a gerir sobretudo a questão do tempo. Há pequenas dicas que podem ser implementadas, pouco a pouco, até se tornarem tão habituais como a nossa anterior desorganização. É uma questão de empenho. E empenho é o meu nome do meio, se estiver bem motivada! 

Já li aqui e acolá algumas coisas e tenho acompanhado sobretudo o blogue Vida organizada, da Thaís Godinho, que acho muito bom. Será o meu parceiro em mais uma caminhada em busca de melhor qualidade de vida. Se por aí alguém conhecer outros blogues bons, agradeço muito, muito a partilha!

E pensar que esta mudança se deve a toda esta viagem pelas colinas do meu cabelo! Obrigada meu crespo lindo!

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Produtos Curls Unleashed

Hoje, dia sem lavagem (day after), cheguei ao final do dia com o cabelo ainda definido tal como na fotografia que coloquei aqui no blogue ontem. E lembrei-me que tanto ontem como hoje usei no final um pouco do creme definidor Curls Unleashed. Será que é ele que anda a fazer milagres no meu cabelo? 

Fui pesquisar mais um pouquinho sobre a marca e fiquei curiosa por conhecer o champô sem sulfatos e o amaciador, que ainda por cima é leave-in. Se houver alguém por aí que conheça o produto, não se intimide. Partilhem e eu agradeço!

Foto: curlsunleashed.com

Lisboa Mulata #2

Da minha lista de blogues de referência estão alguns daqueles que enaltecem a musa Lisboa. Um desses maravilhosos exemplos é a plataforma A cidade na ponta dos dedos, onde parto à descoberta da minha cidade mesmo à distância.

Uma das últimas descobertas não é geográfica mas gastronómica: logo que vi a imagem pensei "Eis uma bola de Berlim mulata! É a minha cara... e vai parar à minha boca". É que a bola não tem o recheio tradicional de ovo e sim doce de leite! Ai, perdição! Nas minhas próximas incursões pela cidade já sei que não resistirei a esta tentação doce da Tartine. Apesar de achar que a comida saudável é muito importante, revelando, de dentro para fora, a nossa beleza (incluindo a dos cabelos), alimentar a alma é um imperativo... de tempos a tempos. Saibam mais aqui.


domingo, 8 de setembro de 2013

Afinal...

Contei-vos no post anterior sobre a minha experiência com o banho de óleo. Se a primeira impressão não foi assim tão excepcional, depois de seco o meu cabelo até ficou mais definido do que o costume.


Enquanto que para muitos isto é um cabelo cheio de frizz (e é!!!), para mim é uma pequena vitória e está muito melhor do que o habitual. Consigo ver o cabelo a formar ondas apertadas, dando-me mais perspectiva sobre como ficará o meu cabelo se continuar a tratá-lo como deve ser.

Assim, já dá um bocadinho mais de alento para continuar!


Tubo de ensaio e resultado #3

Muito se fala por aí da umectação capilar. Até há uns meses atrás não fazia a mínima ideia o que isso era, mas através das leituras via blogosfera (a minha salvação!!) acabei por perceber que esta expressão nada mais é do que uma prática milenar já há muito conhecida pelas indianas para hidratarem o cabelo com óleos naturais. Aliás, o nome a Oriente é banho de óleo, que eu prefiro. E que óleos são esses, perguntam. Pois bem, óleos que não tenham aditivos nem minerais, pois esses dão um bom aspecto momentâneo, no entanto, a longo prazo, impedem a hidratação dos fios. Óleos como o de côco, de argão ou até azeite são ideais para manter a beleza natural dos cabelos. Estes óleos têm que ser dos comestíveis para se ter a certeza que é natural (ou pelo menos mais naturais, que isto somos tão enganados por todo o tipo de indústrias que já não sei se há algo realmente natural... vejam o caso dos azeites).

Este é o que uso, que há em qualquer loja de produtos naturais e dietéticas.

Contudo, pelas pesquisas que fiz, os banhos de óleo só produzem verdadeiro efeito se combinados com massagem ao couro cabeludo, que ajuda a estimular a circulação, favorecendo o crescimento capilar e a regulação da oleosidade natural do nosso couro cabeludo. Em acréscimo, relaxa bastante... Confirmo!

Já que o meu cabelo está tão danificado e seco, ontem decidi experimentar um banho de óleo de longa duração, deixando óleo de côco no meu cabelo durante a noite (fiquei cheirosa... a docinho de côco). Massajei bem toda a cabeça (devem ter sido uns 15 min.), depois passei em cada mecha, não poupando em óleo. Por fim, foi só colocar uma touca e dormir. Podem crer que hoje o cabelo estava bem hidratado e com a definição dos cachos que tanto procuro.

Infelizmente, não sei se há alguma incompatibilidade com o óleo e o meu shampoo (Dr. Organics), já que o cabelo parecia palha depois de o lavar. Só a máscara nutritiva salvou o caso. Agora não sei bem o que fazer, se volto a tentar a umectação com óleo de coco com outro shampoo ou se uso o mesmo shampoo (não tem sulfatos e tenho-me dado bem com ele) mas com outro óleo natural... Mais uma dúvida existencial... Ai vida!

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sábado, 7 de setembro de 2013

Desabafo...

Hoje sinto-me a Madame Min! O cabelo está sem definição, com as pontas espetadas, todo eriçado... aaaaahhh. Tirem-me deste filme...

Há dias em que penso sinceramente em voltar aos relaxamentos...


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Dúvida existencial

Gostei tanto, mas tanto do resultado do co-wash que não sei se volto a experimentar amanhã... O pior é os silicones que estão no cabelo... Será que com uma lavagem com champô no Domingo chega para o limpar mais a fundo?


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Resultado do tubo de ensaio #2

Fiquei impressionada com o resultado da lavagem com amaciador (co-wash), ainda para mais por ter sido esta a primeira vez! Então com a continuação as coisas vão melhorar!

Não tenho fotos para comprovar (logo de manhã é uma correria, tenho lá tempo para fotos!), mas espero que a minha palavra conte para alguma coisa: logo que saí do duche não senti o cabelo tão áspero como quando uso champô e a raiz (a zona mais temperamental) estava com muito menos frizz. Ao longo do dia ele tem-se mantido definido (dentro do que lhe é possível, coitado) e com umas espirais bem engraçadas à frente.

Não sei se foi a combinação de todos os produtos que usei hoje, mas que resultou, resultou.

TESTADO E APROVADO @ m.l.!

Produtos usados hoje:
- Amaciador Dr. Organics Honey
- Máscara de Hidratação Fructis
- Desembaraçador Aunt-Jackie's
- Creme de pentear Caracóis perfeitos da TRESemmé

Lisboa Mulata #1

Porque aqui não se fala só sobre as espirais do meu cabelo, mas também sobre as colinas da minha vida e da minha cidade - Lisboa - deixo-vos o vídeo da música que inspira o nome desta minha rubrica.

Porque Lisboa é diversidade, porque Lisboa é Mulata!

 Lisboa Mulata, Dead Combo

Tubo de ensaio #2

Mais um dia, mais uma experiência: amanhã vou experimentar o tão badalado co-wash (conditioner wash), que traduzido será lavagem com amaciador. Pois é, afinal os champôs são o arqui-inimigo dos cabelos crespos/encaracolados/ondulados por conterem sulfatos que, por sua vez, causam o frizz temível que todas tentamos combater. Por um lado, queremos um cabelo limpo e usamos champô, mas, por outro, queremos ver o frizz recambiado para outro planeta, então em que ficamos? Por isso é que muitas e muitos crespos/encaracolados optaram pela via do no poo, portanto, a não utilização de qualquer tipo de champô. O problema é que muitos dos produtos do género dos cremes de pentear, leave-ins e afins têm silicones que não saem simplesmente com a passagem da bendita água. Vai daí, outros recorrem à técnica do low poo, com champôs sem os tais impiedosos sulfatos.

Mas eu ainda estou a aprender e toda esta matéria ainda será alvo de outro post, de certeza. O que interessa reter é que cabelos crespos/encaracolados devem reduzir ao máximo o uso de champôs. Neste momento, estava a usar três vezes por semana, nos dias do cronograma capilar. Contudo, a partir de amanhã, lavarei o cabelo só com amaciador (o meu cabelo não está cheio de silicones pois lavei-o ontem e hoje apenas usei o gel de linhaça e o creme de pentear, como já disse no post anterior), passando a usar o champô (sem sulfato) nos restantes dois dias (5ª e domingo). Vamos lá ver como corre mais esta experiência!

Imagem: www.empowernetwork.com

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pelas colinas do meu cabelo #2

Hoje só pus gel de linhaça e creme de pentear e... so far, so good! Da forma como está o meu cabelo (vejam o post anterior), não posso esperar milagres, mas desde que fique com um aspecto solto e sem muito frizz, já é uma vitória para mim.

Tal como a Rayza Nicácio, também acho que o gel de linhaça tem mais efeito no meu cabelo em seco ou meio húmido, do que molhado, pelo que uso-o entre lavagens, ou seja, nos dias que dou um descanso dos champôs e afins a este meu pobre cabelo!

Deixo o vídeo para quem tem estado noutro planeta (como eu até há bem pouco tempo) e não sabe o que é isso do gel de linhaça.

domingo, 1 de setembro de 2013

Resultado do tubo de ensaio #1

Bem, sem cabelo não fiquei, mas o anti-frizz caseiro recomendado pela Luana Pape não funcionou com o meu cabelo. Na verdade, a culpa não deve ser da técnica; o meu cabelo é que está tão estragado que, enquanto não o cortar, não terei os resultados esperados. Vejam só:


De um lado está quase liso, do outro está ...isto!

Só que não o posso cortar ainda, não tenho a raiz natural com o tamanho certo e, para ser sincera, não estou a conseguir lidar com o cabelo natural que está a nascer. A falta de definição e o frisado estão-me a deixar sem outra solução; mesmo que ponha litros de hidratante ou óleos, ele não forma qualquer tipo de espiral, nem aberto, nem bem fechadinho. Parece sim um cabelo de alguém que apanhou um choque eléctrico! Será que tenho que recorrer ao relaxamento da raiz para conseguir fazer algo dele? Ai vida...

Vá lá, ainda consegui duas mechas com espirais! Melhor que nada!

Tubo de ensaio #1

Neste preciso momento estou com um saco na cabeça! Não, meus queridos, não se assustem, não quero ir desta para melhor... Apenas estou a fazer mais uma experiência, dessas receitas caseiras que se vêem na net. Desta vez, estou a testar os resultados do anti-frizz divulgado pela linda Luana Pape. Os ingredientes eram fáceis de encontrar, o procedimento nada de complicado, por isso toca de fazer do meu cabelo um tubo de ensaio. É este o vídeo:


Espero que o meu cabelo não caia!!!!!!!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Pelas colinas do meu cabelo: mais uma biografia

A minha história será como tantas outras. Mas muitas dessas histórias são vivenciadas isoladamente e quando há uma partilha de sentimentos, de frustrações e alegrias, tudo parece mais leve. Afinal, há mais gente neste sobe e desce pelas colinas de experiências quando se tem um cabelo que é caracterizado como difícil de domar. Só que o problema não está nele, o problema está em nós e na nossa falta de conhecimento relativamente aos tratamentos para estes cabelos tão frágeis, mas exigentes, devido a uma sociedade que impõe um estereótipo em torno da beleza e sofisticação do cabelo liso.

Quem é que não quer pertencer a um grupo padrão? Quem é que não deseja ser alvo de elogios? Desde pequenas somos bombardeadas com imagens na televisão, nas revistas, até na própria forma de brincar, através das nossas bonecas, da figura feminina a tomar todas as providências para conseguir um liso sedoso, com promessas de mil e um tratamentos eficazes. Claro está, eu não fui excepção alimentando o sonho de ter um cabelo liso bem solto ao vento. Mas isso seria negar toda a minha natureza, não era?

Pois bem, sendo filha de Mãe branca e Pai negro eu saí a mistura natural que é de se esperar. E o meu cabelo não fugiu à regra, sendo, durante muito tempo, uma indefinição de primeira. Antes de entrar para a Primária, o meu cabelo era feito de caracóis bem largos, lindos e fortes. No entanto, depois de um corte de cabelo (que muito incomodou a minha Mãe e parecia ter razão), o meu cabelo perdeu a definição dos caracóis e começou a assemelhar-se mais a uma juba! E o remédio era ir cortando cada vez mais, já que a minha querida Mãe (embora tentando fazer o melhor que pudesse), não sabia o que fazer com este tipo de cabelo. E, claro está, Paizão muito menos... por ser homem! Desta forma, passei os meus anos de Primária com o cabelo à rapaz e, embora não tenha muitas recordações sobre o efeito que o meu cabelo na altura tinha em mim, talvez por isso tenha hoje aversão a cortes muito radicais.

Entretanto, não sei precisar quando, nem com que idade, lembro-me de a minha Mãe comprar o desfrisante Glatt. Eu estava com tantas expectativas que recordo estar na Escola a beber água do bebedouro e pensar que depois de desfrisar já iria ter o cabelo a cair-me pela cara abaixo, pelo que teria que o segurar da próxima vez que usasse o bebedouro (como era sonhadora!!!). Até para as minhas colegas dizia que o meu cabelo já ia "abanar" (sim, pois eu tinha o cabelo bem armado). Só que... o resultado não foi o esperado: o cabelo ficou caído, ah pois ficou, mas duro, sem vida, com frizz, muito volumoso... numa palavra, horrível! Para minimizar o estrago, a minha Mãe, coitada, pensou em cortar o cabelo na zona da nuca e um pouco mais acima para que não ficasse volumoso. Ou seja, se desse vento, a parte de cima levantava e via-se a carecada por baixo. E aí lembro-me de ter chorado pela primeira vez (se calhar até chorei antes, mas não me lembro)! Que sina! O remédio foi passar a usá-lo.... tcham, tcham, tcham...adivinhem... (as cacheadas/crespas desse lado sabem bem o que vem a seguir) ...amarrado, pois claro! Pronto, e passei a ser especialista numa infinidade de elásticos e bandoletes (ainda bem que até era moda, senão estava tramada!), de todas as cores e feitios, sempre com o cabelo bem amarradinho, sem variações no penteado. Uma colega até observou um dia que eu tinha sempre o cabelo igual, assim amarrado, e eu, para me defender, disse que ela também, com o dela sempre solto!!!

Até que, por volta dos meus 13/14 anos, tive uma vizinha brasileira (as brasileiras são a minha salvação, ainda hoje!!) que também tinha o cabelo como todos apelidam de "difícil", sendo ela a mostrar-me todos os meandros do universo dos cabelos crespos/encaracolados/cacheados. Eu nem sabia que existiam cabeleireiros afro, vejam só! E lá fui a um recomendado por ela, no Martim Moniz. Posso-vos dizer que o cabelo até não saiu muito mau, pior foi o estado em que ficou a minha cabeça: cheia de crostas e com muito ardor. Ao colocarem-me o creme até me corria uma lagrimita pela cara abaixo. Eu nunca consegui ver o estado da minha cabeça, como é óbvio, mas ao chegar a casa, só vi o esforço que a minha Mãe fez para não mostrar o pânico. Pus a cabeça debaixo de água e ali fiquei um bom bocado para aliviar a sensação de queimadura. Não sei se estará relacionado ou não, o que é certo é que deixei de ter muita sensibilidade no couro cabeludo e, quando ia aos cabeleireiros, perguntando-me estes se sentia a cabeça a arder, eu respondia sempre que não. Pelo que passei a avisar que não deixassem o produto durante muito tempo para não haver nova tragédia.

Experiência aterradora passada, não voltei a pôr os pés num cabeleireiro afro durante muito tempo. Essa minha vizinha também insatisfeita com a falta de bons e verdadeiros cabeleireiros afro em Portugal (sejamos sinceros, muitos nem têm curso sequer), decidiu experimentar uma permanente sem ser num salão supostamente especializado nos nossos cabelos. O resultado foi muito bom; o cabelo dela ficou com uns caracóis lindos e eu decidi experimentar. O problema é que cada cabelo é único, é como o B.I., e logo que o cabeleireiro avaliou o meu disse que era muito diferente do da minha vizinha: estava muito estragado, com muito frizz e sem definição, por isso não poderia garantir os mesmos resultados. Decidi na mesma avançar e não podia ter corrido melhor. O meu cabelo ficou lindo, com uma ondulação bem definida, sendo, durante algum tempo, o tratamento que fazia no meu cabelo. Durante esse período recebi vários elogios.

Só que o ditado diz "não há mal que sempre dure", no entanto, no meu caso foi ao contrário: a vizinha deixou de ser vizinha e perdi-lhe o rasto e o cabeleireiro onde ia fechou. E agora???? Tantos anos à procura de um cabeleireiro com quem me desse bem e num segundo vai tudo por água abaixo. Novas experiências? Novas queimaduras? Novos corre-corre em busca do tratamento ideal para o meu cabelo? Só sei que, por milagre, numa ida a uma loja para comprar os meus cremes maravilha, a rapariga que estava ao balcão, mulata como eu, tinha um cabelo muito bem cuidado. Perdi a vergonha e perguntei-lhe o que é que ela fazia ao cabelo e onde, ao que me respondeu que fazia uma abertura do caracol (descobri agora  nas minhas andanças por blogues, como o da Rayza, que se dá a esta técnica o nome de relaxamento, pelo menos no Brasil) ali mesmo num cabeleireiro ao lado. Et voilà, desde há cerca de 15 anos que o meu cabelo tem passado por sucessivos relaxamentos, uns mais espaçados do que outros, sempre com bons resultados no cabelo. Mas a obrigação de ir ao cabeleireiro, o passar horas a fio lá, com químicos na cabeça, secadores, rolos, era um verdadeiro martírio para mim. Que outra solução tinha eu, se queria manter o meu cabelo? Quando deixava espaçar demais a raiz começava logo a aparecer, achando-a feia.

Parecia que tinha encontrado a solução para a vida, quando tive que deixar a minha linda Lisboa, passando a morar num sítio onde cabeleireiros afro não faziam parte do vocabulário corrente da população. Só quando regressava a Lisboa conseguia dar um saltinho no cabeleireiro para manter os meus cabelos. Passei a  notar, no entanto, que ele estava a mudar, principalmente, depois de umas madeixas loiras que fiz. Aquela ondulação e caracóis marcados estavam a desaparecer e a ficar um pouco mais lisos, mas um liso pesado, estragado. Por fim (que este texto já vai longo e provavelmente já estão a dormir desse lado), as duas últimas idas ao cabeleireiro foram determinantes para esta minha vontade de valorizar o meu cabelo natural. A primeira situação foi o choque que apanhei ao não encontrar a minha cabeleireira preferida do salão, tendo obtido a informação que ela provavelmente não voltaria à profissão por questões de saúde. Tive que ser atendida por outra rapariga que, ao longo da conversa, me disse que tinha duas Licenciaturas, mas por não encontrar trabalho na área estava ali. E formação na área de cabelo, perguntei eu preocupada. Nenhuma, mas muito interesse em aprender. Vi a minha vida a andar para trás... Lá saí até satisfeita com o aspecto do cabelo, contudo, no dia seguinte acordei com uma sensação estranha na nuca e, ao passar a mão, parecia que tinha crostas e cabelo agarrado. Deu para perceber que a rapariga não passou bem por água nessa zona (e será que usou neutralizante suficiente?), deixando a zona muito frágil. Claro que fui reclamar, mas o mal já estava feito. Decidi nunca mais voltar ao cabeleireiro onde fora tão feliz (enquanto lá estava não, depois os resultados é que compensavam!) e lá fui tentar outro. Mais uma vez deparei-me com pessoas que não parecem ter grandes conhecimentos daquilo que estão a fazer, colocando apenas cremes na cabeça e pronto. Cansada de tanta incompetência, de tanto desalento e pelas forças da circunstância de estar longe, o que não me permite ir ao cabeleireiro com regularidade, decidi experimentar não fazer mais químicas durante uns tempos, nem que seja para conhecer o meu verdadeiro cabelo.

Neste momento, já estou há 8 meses sem qualquer tratamento, portanto aquilo que chamam de transicção. Já está com a raiz bastante acentuada, embora esse crescimentos da raiz não se reflicta em termos de crescimento geral do cabelo  (ele parte muito e nunca passa muito da altura dos ombros). As pontas estão sem vida, indefinidas, por isso mesmo tenho dias de stress e ataques de neura, sem saber o que lhe fazer. Mas apanhá-lo nunca, lá lhe dou um jeito e deixo-o sempre solto. Experimento mil e um produtos para tentar a sorte, mil e uma técnicas para ver se acerto, aguardando para perceber se conseguirei alguma vez tê-lo ao meu gosto.

É neste estado das coisas que chego aqui, a uma busca, através da partilha neste blogue, de soluções adequadas para mim que, até, possam servir a mais alguém. Tenho feito muitas leituras e descobertas, algumas das experiências já feitas têm ajudado, outras nem tanto. Como estou um bocado confusa com isto tudo, preciso de sistematizar e acabar por fazer as minhas escolhas, porque como já dizia acima cada cabelo é único. Espero que os altos e baixos não sejam muitos, se forem como as colinas de Lisboa (que são aceitáveis) estou pronta para o desafio.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O início de uma caminhada

Nestes últimos meses, desde que descobri os vídeos da Rayza Nicácio no Youtube, percebi que, em 34 anos de vida (até me custa dizer a idade, sinto-me com 18!!), nunca soube tratar realmente do meu cabelo. Agora estou numa fase de descoberta, de uau constante com o que vou aprendendo aqui e ali neste universo da Internet. Esta caminhada até de auto-descoberta não tem sido, contudo, fácil: ora descubro que determinada dica funciona no meu cabelo, ora no dia seguinte ele, com a sua personalidade própria, parece que já não responde a nenhum tratamento de choque e só não pego na tesoura porque o trauma de ter vivido anos a fio com o cabelo amarrado ainda me persegue.

Em espécie de diário para apoio moral, decidi deixar aqui mais um testemunho com este meu blogue, já que me apercebi que ainda há muita gente que, como eu, não sabia, não sabe ainda, mas espera saber como cuidar dos seus cabelos crespos/encaracolados/ondulados. Milagres sei que não os há, mas já vi mudanças maravilhosas em cabelos muito estragados, tipo de Gata Borralheira para Cinderela! E porque não conseguirei eu também? Desta forma, aqui deixarei as minhas tentativas, experiências, as minhas frustrações e, espero, as minhas vitórias, partilhando e trocando opiniões e sugestões com quem também quiser embarcar nesta aventura . Afinal, crespas, cacheadas, encaracoladas e onduladas, temos que nos unir na desmistificação da imagem que mulher com cabelo liso é mais bonita e feminina!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nas colinas dos meus caracóis

Teste, teste, 1,2... 1,2... Aqui e com os meus cabelos. A seu tempo o testemunho.

Foto: Dr. Prem's

Um olá a todas as Mulheres, especialmente as crespas, cacheadas e onduladas!