Com pena, mas sem grande preocupação, também declaro que não acabei de ler o livro Um novo mundo, de Ekhart Tolle. Mais uma vez, a seu tempo hei-de lá chegar. Quem sabe se não terei que ser eu a descobrir este novo mundo por mim, em mim. Esta minha ligeireza na perspectiva das coisas só está a ser possível devido ao reconhecimento do meu verdadeiro Ser, sem medos, sem críticas, sem desconfortos. Estou a descobrir que muitas vezes me entreguei às aparências do "sim, estou óptima", "sim, gosto", "sim, concordo", usando tanta máscara que entrei numa espiral de confusão, mais crespa ainda que o meu crespo. Máscaras sempre as teremos; desempenhamos vários papéis, mas mantenhamo-nos pelos necessários como filha, irmã, prima, amiga, colega, companheira... Mas a máscara que esconde tanto ao ponto de nos afastar do outro é que me tem prejudicado constantemente. Daí estar num caminho de libertação, procurando quebrar barreiras, tentando avançar neste novo capítulo da minha vida. Sim, porque até há bem pouco impedia-me de avançar com medo que o novo capítulo significasse corte radical e, claro, que isso não acontece: avançar para o novo capítulo é seguir reforçada com uma história que cresce, que se enriquece, que traz novas possibilidades, mas sempre com os capítulos anteriores a lhe darem consistência. Portanto, não faz sentido ter medo de me entregar a esta caminhada a que me trouxe o destino, pelo contrário, tenho que lhe abrir os braços e aproveitar estes instantes que me são dados, com a alegria do momento. E, se no mês anterior falava em recomeço, agora acho que isto não se aplica à minha nova visão; tal parece um passo atrás para tentar de novo. E eu não quero voltar atrás, quero sim pegar nas minhas aprendizagens e memórias e fazê-las minhas companheiras neste salto entre etapas da vida. Por agora, dedico esta etapa à auto-descoberta que será, de facto, um abrir de todo um novo mundo. Dezembro, mês de paz, é ideal para esta missão.
Fontes das imagens: mensagens.culturamix.com, fashionalways.com, eusouagora.com